segunda-feira, 11 de julho de 2011

Vigésimo primeiro dia - 14/01/2011


A minha volta para Santos. Saí de Curitiba às 14h, cheguei às 22h a Santos, e por sorte escapei de uma chuva pesada que estava ameaçando fazia tempo. Nesse dia, os últimos 426 km.
A quilometragem total da viagem foi de 8180 km. O gasto aproximado foi de 3000 reais, já contando com os documentos. A Fazer fez uma média de 27 km/litro.
Essa viagem foi inesquecível. Apesar de certos riscos, desconforto, frio, foi tudo ótimo. Muito gratificante. Com 3000 reais rodamos 20 dias por 3 países, cortamos a Cordilheira dos Andes, vimos as mulheres de biquini no Pacífico, conhecemos Porto Alegre e a Serra do Rio do Rastro, desbravamos algumas cidades, fizemos baladas, interagimos com outras culturas. Incontestável que valeu demais a pena. E caso você queira fazer isso também, não há o que temer: economize grana, tenha o mínimo de planejamento, prepare bem a moto e sinta o gosto da liberdade nas estradas! Elas existem pra isso!

Vigésimo dia - 13/01/2011




Acordamos às 7h e saímos às 8:45h. A Serra do Rio do Rastro é muito linda, merece toda a fama que tem, a estrada é na encosta do morro e cheia de curvas. Subimos até Bom Jardim da Serra (nessa cidade e na serra chega a nevar!). Voltamos até o Mirante (1400 metros de altitude) e ficamos lá um tempo admirando o lugar. Puta visual lindo que você vai ver lá de cima, se o tempo permitir. O dono de uma das lojas nos mostrou um vídeo de quando nevou em agosto de 2010 e eles ficaram algumas horas presos lá em cima... É uma viagem que vale muito fazer, tem hotéis bem no meio da subida, e não é tão longe assim. Tem bastante quati na Serra, e o Schmidt conseguiu fotografar um.
Depois, começamos a descida, parando numa loja para comprar o DVD que fala sobre a história da Serra. Já na cidade de Lauro Müller, seguimos para a BR 101 e subimos pelo litoral.
Chegamos a Curitiba perto das 22h, depois de uma hora parados na estrada devido a um acidente. Nesse dia, foram 559 km.
Banho e uma Quilmes na casa do Schmidt, e fomos ao Crossroads para ouvir um pouco de Rock e celebrar o que tínhamos conseguido fazer nos últimos 20 dias. Que sensação boa, 3 semanas de aventura e emoções, que lindo!

Décimo nono dia - 12/01/2011



Saímos de Porto Alegre às 11:30h, sorte que não foi difícil achar a estrada. Pelo nosso orçamento restrito (quase miserável), tivemos que abandonar a idéia de conhecer o Parque Nacional de Aparados da Serra, e também de passar em Florianópolis (que eu ainda não conheço...), mas esse dia chegará.
Não pegamos exatamente o melhor caminho para Lauro Müller, primeiro nos perdemos um pouco na saída de Maracajá, daí entramos pelo caminho que passava por Nova Veneza, Siderópolis e Treviso, o problema é que era estrada de chão, as duas motos sofreram muito e eu não passava de 30 km/h.
Finalmente, depois de 350 km, chegamos a Lauro Müller, mas só fomos conseguir uma pousada às 21h em Guatá, distrito de Lauro Müller. A Pousada Coan é boa, fica bem perto da Serra do Rio do Rastro, nos cobrou 35 reais para cada, com estacionamento e café da manhã. Cerveja jogando Snooker enquanto esperamos o jantar (gigante, e por $12!). Comemos o que aguentamos e fomos dormir às 23h, ansiosos para conhecer essa Serra que é tão famosa no mundo dos motociclistas mas, ao mesmo tempo, já tristes por saber que nossa aventura se aproximava do fim.

Décimo oitavo dia - 11/01/2011



De manhã, saímos atrás de uma Suzuki e a Intruder ficou lá, sendo tratada. Enquanto isso, fomos almoçar no Mercado Municipal. Saindo de lá, demos uma passada no Museu do Exército, com vários veículos militares, e depois fomos ao Café Santo de Casa, que fica no sétimo andar da Casa de Cultura Mário Quintana, excelente lugar com vista para o Rio Guaíba. Na sequência, conhecemos a Usina do Gasômetro, que hoje é um grande centro cultural às margens do Rio Guaíba.
Depois de tudo isso, retiramos a Intruder na Suzuki e eu troquei o filtro de óleo da Fazer. Daí o Schmidt seguiu para um Shopping e eu tive que voltar para a região da pousada para pegar nossa roupa na lavanderia, que logo fecharia.
Já de noite, saímos para curtir nossa última noite em Porto Alegre. Pegamos um táxi até o Dublin Irish Pub, lugar muito bom com banda de Rock ao vivo, era terça-feira e tava bem lotado! Excelente. Saímos e fomos caçar mais um lugar. Perguntamos a um taxista e ele nos levou ao Gruta Azul! Sem condição, só se vendêssemos as motos, foi triste, mas lembramos do nosso orçamento de viagem e fomos embora (quem sabe na próxima?!). Paramos em lugares mais light: o bar Opinião estava fechado, e a Casa da Praia de Bar, que era uma balada de reggae, parecia legal e lotada, mas resolvemos não arriscar e fomos dormir. Mas foi bem divertido esse dia, apesar de alguma correria pra pegar a Suzuki aberta no fim de tarde!
Próximo passo: subir até a base da Serra do Rio do Rastro, em Lauro Müller!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Décimo sétimo dia - 10/01/2011



Chegamos a Porto Alegre às 21h, depois de 10 horas e 498 km desde a saída de Santa Vitória do Palmar. Rodamos um tempão até conseguirmos achar alguns hotéis que havíamos marcado. Todos os hotéis que pesquisávamos estavam lotados, disseram que estava rolando vestibular na cidade. Mas por fim conseguimos um quarto na Pousada do Parque, a 40 reais a noite, quarto e banheiro grandes ( se comparados aos anteriores...), até pia e microondas. As motos ficaram no estacionamento do posto ao lado.
Para fechar bem a noite, um ranguinho e uma Polar no bar Imperial, boteco bem na esquina, ali do lado. Lugar bacana pra relaxar, até que não estava tão ruim assim pra uma segunda-feira.
Amanhã é dia de subir a região Sul até a base da Serra do Rio do Rastro!

Décimo sexto dia - 09/01/2011




Saímos ao meio dia daquela espelunca de hostel. Pegamos toda a orla de Montevideo até a Rodovia Interbalneária. Um belo cenário de despedida da cidade.
No caminho, era a hora de conhecer alguns dos lugares recomendados pelos mecânicos de Montevideo. Paramos em Atlântida, uma praia muito bonita. Depois paramos em Piriápolis, e aí ficamos um pouco mais de tempo. Subimos o Cerro San Antonio, e a cidade vista de cima é demais! É uma cidade muito boa, perto de Punta Del Este mas sem o mesmo fervor. Seguimos mais um pouco, paramos em Punta Ballena de onde se via Punta Del Este ao longe e, do outro lado, a Casapueblo, a antiga casa de verão do artista uruguaio Carlos Paez Vilaró que hoje é museu, galeria de arte, hotel... Linda, não sei bem o porquê mas sempre tive vontade de conhecer essa casa, e nem o fato de estarmos com poucos tempo e dinheiro para conhecê-la me chateou, porque só de estar ali naquele cenário de Punta Ballena já valeu tudo!!
Chegamos a Punta Del Este e mais um aperto no coração: só iríamos cortá-la, não dava pra gente ficar lá nenhuma noite, só paramos para um lanche. Foi triste, porque eu já sabia o que nos esperava, mas não sabia que era tanto! Muita gente curtindo, um milhão de mulheres, vários bares, restaurantes, baladas, algumas na rua mesmo! Um agito infernal, o correto é ir para Punta Del Este para ficar e curtir, quanto mais tempo puder, melhor! Desnecessário dizer que voltaremos com mais tempo, lógico...
Pegamos mais 195 km de estrada até a fronteira com o Brasil e, nesse trecho, quase morremos duas vezes por rodar à noite: primeiro, tinha um cachorro morto na pista, o bicho era grande, e passamos raspando por ele, 10 centímetros mais para a direita e era caixão... Segundo, estava eu a uns 100 km/h quando do nada surge, no nosso sentido, um louco com uma Biz totalmente apagada!! Freei com tudo, torcendo para que o Schmidt, que vinha logo atrás, percebesse e freasse... escapamos por pouco de novo, isso é pra aprender a não pilotar de noite!!
O funcionário da Aduana disse que o Chuí estava com os hotéis lotados, então seguimos mais 20 km e ficamos na cidade de Santa Vitória do Palmar, no hotel Taperinha, a 60 reais o quarto com estacionamento. Próxima parada: Porto Alegre!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Décimo quinto dia - 08/01/2011




Fomos pra rua de moto, o Schmidt comprou um pneu novo pra ele ( bem mais barato que no Brasil...). Na oficina, aproveitei pra trocar o óleo da Fazer, e não troquei o filtro de óleo porque comprei um de tamanho errado... Os mecânicos eram gente boa, e nos recomendaram conhecer Atlântida, Piriápolis, Paloma, Rocha...
Depois almoçamos na região do porto um belo baby beef, e caminhamos pela cidade várias horas, passando pela orla. Chegamos ao hostel lá pelas 19h e eu estava bem acabado, e decidi dormir um pouco.
Acabei dormindo 4 horas, mas acordei bem mais disposto. E lá fomos nós para a Bartolomé Mitre de novo! Ficamos no bar El Pony Pisador, e estava muito bom, tocando regueton, músicas de FM e umas músicas toscas brasileiras. No fim da noite, ainda entramos numa "Whiskeria Show" mas estava horrível e saímos logo. Fomos dormir umas 7 ou 8 da manhã, e dessa vez abriram logo a porta pra gente, porque na véspera eles nos deixaram esperando um tempão na rua até que ouvissem a gente!

Décimo quarto dia - 07/01/2011




Acordamos às 8h, fui a uma seguradora e consegui os tais documentos que faltavam. Depois tomamos o desayuno (café da manhã) e saímos ao meio dia. Fazia muito calor, assim como na véspera. Tudo certo na aduana, agora estávamos no Uruguai!
Demos uma passada em Colonia Del Sacramento (ficamos só umas 2 horas lá). Bela cidade, às margens do Rio da Plata, e seu bairro histórico muito bonito. Paramos para um lanche, curtindo a tarde e relaxando. Há opção de vir para cá em "buquebus" direto de Buenos Aires.
Hora de voltar à estrada, e 180 km depois chegávamos a Montevideo, às 23h.
Hora de procurar teto: O Che Lagarto estava muito bem frequentado, mas, infelizmente, lotado. Acabamos no Hostel Piedra de Afilar. Lugar ruim, mal conservado, sem estacionamento... Banho e rua! Fomos à Rua Bartolomé Mitre, que concentrava bares e discotecas. Ficamos lá de boa, curtindo, bebendo, entrando nas baladas... Ideal!
Nesse dia rodamos 470 km.

Décimo terceiro dia - 06/01/2011


Acordamos às 9h, saímos do hostal às 11:30h e paramos em um posto dentro da cidade ainda. E foi aí que tivemos dor de cabeça... Fui calibrar os pneus das motos enquanto o Schmidt ia sacar dinheiro, mas acabei quebrando a válvula do pneu traseiro da moto dele!! E enquanto eu caçava borracheiro, um carro ainda passou por cima do óculos do Schmidt no posto... Se eu não gostasse do número 13, diria que é a maldição do décimo terceiro dia!
Só o terceiro borracheiro que achei fazia o serviço completo, porque os dois primeiros queriam que a gente tirasse a roda traseira, eles não faziam isso porque "leva muito tempo...". Então, tá. Além de o borracheiro ser longe, era meio amador, e o Schmidt teve que ficar o tempo todo do lado dele orientando... E o tempo passando e a gente parado ali! Mas são esses fatos imprevisíveis que dão aquele toque à viagem, não que a gente queira passar perrengue, mas sabemos que estamos sujeitos a esse tipo de problema, então bora pra estrada que falta chão!!
Tudo pronto finalmente, ainda tivemos dificuldade de sair de Buenos Aires, e só chegamos à estrada lá pelas 16:30h.
Na Aduana Uruguaia, mais contratempo: tivemos que voltar porque não tínhamos o Seguro Mercosul... Dormimos essa noite em Gualeguaychú, cidade que tem um famoso Carnaval, e escolhemos um hotel mais compatível com nossos bolsos só às 23h, e saímos para uma pizza com Coca. E para encerrar, a Fazer estava com princípio de pane elétrica, mas depois vi que era só uma peça desencaixada...Ufa!
A quilometragem desse dia foi de 335 km, já descontado o retorno. Amanhã, conseguir o tal seguro e desbravar o Uruguai!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Décimo segundo dia - 05/01/2011



Saímos de Laboulaye às 7:30h, mais descansados, mas principalmente ansiosos para voltar a ver a bela Buenos Aires, onde chegamos às 17h e depois de 500 km. Mesmo assim eu (Fabiano) ia pilotando e jogando água no rosto (levava uma garrafa pequena encaixada na pochete) pois refrescava e acordava um pouco. Pagamos 3 pedágios para entrar na cidade: dois de 1,10 pesos e um de 2 pesos. Ficamos parados um tempo na Plaza Dorrego no bairro San Telmo procurando teto pra gente por ali, mas estava tudo lotado. Acabamos ficando no Hostal de Granados (R. Chile, 374, San Telmo), mas as motos ficaram em um estacionamento ali perto. Esse hostal que indicaram pra gente acabou se mostrando uma ótima opção, explico: vendo de fora parece pequeno, mas lá dentro você percebe que ele é maior que parece, limpo e conservado, e muito bem frequentado... e ainda tem um bar na frente, bem na porta! Aliás a rua Chile tem vários bares por ali, tornando essa rua bem movimentada.
Demos umas voltas pelo bairro, mas estava meio sinistro por lá ( muito lixo e uns tipos estranhos vagando), não arriscamos mais e paramos no bar do nosso hostal pra uma pizza com Quilmes e depois caçar balada.
Os funcionários de um bar nos indicaram a balada Bahrein (Rua Lavalle, 300, Microcentro). Chegando lá, descobrimos que era uma balada GLS. O pessoal que deu a sugestão pra gente ou queria zoar com os turistas brasileiros ou achou que a gente era um casal hehehe!
Infelizmente essa foi nossa única noite em Buenos Aires, porque tínhamos que seguir sentido Uruguai. Mas a gente volta. Ah, se volta...

Décimo primeiro dia - 04/01/2011


Dia de estrada e mais estrada. Nossa vontade era cobrir metade da distância entre Mendoza e Buenos Aires. Saímos de Mendoza e, uns 570 km depois, chegamos à Laboulaye (metade do caminho pra Buenos Aires) às 21:30h. Mas nada de conhecer a cidade, bem na beira da estrada havia 2 hotéis lado a lado, escolhemos um e desabamos, eu disse adeus ao banho mas o Schmidt ainda tinha forças e tomou banho. Acho que já estava batendo aquela canseira acumulada desses dias malucos de estrada - ainda mais para nós, motociclistas de primeira viagem nessa distância - mas consegui tirar a roupa de andar de moto! (que já não suportava mais, já estava moldada ao corpo praticamente, se tornando como que uma segunda pele...). Outro fator que cansou foi que nesse dia pegamos a chuva mais forte até aqui, o que nos atrasou mas, enfim, conseguimos rodar o que queríamos!! Agora era tentar descansar para chegarmos a Buenos Aires amanhã...

sábado, 2 de julho de 2011

Décimo dia - 03/01/2011



Acordamos e mudamos de hostel, agora estávamos no Hostel Ítaka, lindo por fora, com um belo bar na frente, mas por dentro... bem pior que o outro, um baita quintalzão pouco aproveitado, o quarto coletivo bem mirrado, e banheiros coletivos!!! Cara, que raça, eu precisando de momentos de total isolamento "pra pensar na vida" e uma mulherada entrando no banheiro!! Fuja desse lugar, meu amigo...
Esse foi o dia de conhecer Mendoza: devemos ter caminhado uns 30 km pelas nossas contas, conhecemos o parque San Martin, que é tão bonito quanto gigante, e o Centro da cidade. Engraçado que quando eram 13h, vimos várias lojas fechando. Perguntamos e os comerciantes disseram que fechavam das 13h às 16h por causa do calor! Ficamos bem surpresos com a cidade, eu não esperava que fosse tão grande, bela, limpa e agradável! As praças de lá são lindas. Além de ser ponto de partida para várias caminhadas na Pré-Cordilheira, cavalgadas, trilhas de bike e o que mais se imaginar de radical. Excelente, que seja possível voltar em breve!
Nosso final de dia, cansados de chinelar por tantas horas, não podia ser diferente: ficamos prostrados no bar do hostel. E dá-lhe empanadas, água, "gaseosa" (=refri)... E por falar em rango, o melhor alfajor de doce de leite da viagem encontrei em Mendoza, e se chama Guaimallen, imperdível!!Amanhã faremos metade do caminho para Buenos Aires.

Nono dia - 02/01/2011



Hoje começou a segunda parte da viagem: o retorno do Pacífico ao Atlântico!! Até aqui foram 3825 km desde Santos, SP.
Acordamos às 6h, e às 7:30h já estávamos prontos mas não tinha quem abrisse o portão pra nós, a pousada estava um deserto! Saímos somente às 11h e após 490 km estávamos em Mendoza. Aqui aconteceu um negócio engraçado: teve granizo na Cordilheira, e só escapamos dele por conta do atraso na pousada! Ufa, melhor assim...
Chegamos a Mendoza às 21:40h e, depois de prontos, fomos tomar uma na rua, mas a cidade já estava bem mais vazia. Portanto, meu caro, se você quer cidade cheia e agitada, chegue em dezembro! Em Viña ficamos no www.hospedajesmirta.cl



Oitavo dia - 01/01/2011




Opa, Feliz Ano Novo!! Hoje o sabadão foi light. Acordei meio dia e meia e saí para comer algo, que a fome já estava gritando!! Depois voltei e saí com o Schmidt caminhando rumo norte até Reñaca, curtindo o sol, vendo a praia e relaxando. Andamos um tempão e, como ninguém é de ferro, paramos no bar Tiki Tacos, para uma e outra cerveja apreciando o movimento da turistaiada e deixando o tempo passar. Esse é um belo lugar perto de Viña Del Mar, vale a pena conhecer. O cansaço nos obrigou a voltar de ônibus...
De noite, só tivemos força para comer uma pizza e dormir à meia noite, porque no dia seguinte retornaríamos até Mendoza, então, melhor descansar! Muito bom retornar ao Chile, volto de novo já pensando em que tipo de viagem voltarei para cá, pois essa era minha segunda vez no país, uma de ônibus, outra de moto!!Haahaha mas espero que as próximas sejam como essa, em cima de uma moto!!

Sétimo dia - 31/12/2010



Dormimos umas 5 horas, acordamos às 8h, e depois do café pegamos estrada às 11:40h, chegando a Valparaíso (=Valpo) cerca de 130 km depois, para tentar comprar os convites para a balada de ano novo e seguir para Viña Del Mar, mas a balada estava fechada... Seguimos pela praia até Viña Del Mar e, na pousada, ainda conseguimos dormir 2 horas, o que ajudou a aguentar a noite!
Chegamos à praça Sotomayor em Valpo às 21h, conseguimos nossos convites e fomos comer. Estávamos tentando descobrir o que faríamos até a virada, pois achávamos que os convites nos dariam direito a passar a virada dentro da balada, mas não, somente poderíamos entrar depois da meia noite... Tudo bem, ficamos rodando e ficamos uma hora bebendo no bar Pancho Pirata, que fechou às 23:30h para a virada. Detalhe inesquecível é a bartender-garçonete-cantora desse bar... belas memórias toda vez que ouvir Zombie do Cramberries, hahaha!!
Fomos para o meio da galera para a virada, e o povo usa vários enfeites típicos de carnaval: peruca colorida, óculos gigantes, chapéu de plástico, apito, marabu e a tão cheirosa espuminha de carnaval... Desviar foi difícil, mas no fim não estávamos tão imundos assim na balada! Na rua, ganhamos chapéu e, obrigatório de todo reveillon, "sidramedo"!!! Festa muito bonita, organizada e livre de qualquer confusão, briga ou perigo.
Entramos na balada - até agora não escrevi o nome, é a El Huevo - à meia noite e meia. Puta dum lugar gigante, eu disse pra mim mesmo: "Essa balada não vai lotar hoje mas nem a pau!!" Vários ambientes, vários bares, pista do rock, dos anos 80, da salsa e regueton, e outros tipos de som... Demorou um pouco ( ou os dois tontos que chegaram muito cedo...) mas não é que lotou mesmo?? Só sei que fomos sair de lá oito e meia da manhã daquele jeito...

Sexto dia - 30/12/2010

Fomos atrás de um mecânico: enquanto trocavam o óleo da Fazer, na Intruder trocavam óleo, limpavam carburador, viam freios, e tiravam a gasolina do carburador que veio cheia de sujeira... Depois, uma passada no Shopping Alto Las Condes e voltamos ao albergue às 19:30h.
Eu (Fabiano) tava preocupado com o estado da Fazer, ela morria muito, o motor estava com um barulho estranho e às vezes dava um tranco forte no motor quando eu a ligava. Uma pena, vou levando, em janeiro talvez eu veja o que pode ser feito, paciência! Agora temos roupas limpas! (a lavanderia cobra 6600 pesos para lavar cerca de 16 peças de roupa, entre cuecas, meias, calças, camisetas...).
No estacionamento do albergue, dei uma lavada bem meia boca na Fazer e lavei o pára-brisa (=bolha) da Intruder, já que a sujeira reinava por causa da Cordilheira...
Ficamos atualizando o blog e bebendo no hostel, pois fez muito frio os dois dias, e de noite mais ainda. Depois fomos comer uma Chorillana de madrugada na Avenida Brasil e fomos dormir, porque no dia seguinte era dia de ver o Pacífico!!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

QUINTO DIA 29/12/2010


Acordamos às 9:50h acompanhados da nossa velha amiga ressaca (Re, para os mais chegados...). Após alguns remedinhos para agüentar a estrada, saímos de Mendoza às 12:20h para a Cordilheira dos Andes e Santiago. Para mais um país!
    Maravilhados com a entrada na pré-Cordilheira, mal sabíamos o que estava por vir: chuva, frio, mãos doendo de frio, a Intruder ia a 40 km/h e a Fazer, a 50, no máximo 60km/h. O Aconcágua ficaria para a volta...
    A estrada é perfeita, a motos agüentaram muito bem, cheia de curvas, principalmente na parte chilena que tem los caracoles, uma seqüência de 28 curvas totalmente fechadas, de cima é possível ver todas as curvas. A subida para a Intruder que funciona com carburação foi sofrido (li que é possível amenizar isso mexendo no glicê, nem sei o que é isso), ia a 40 por hora, para melhorar as coisas a chuva e o frio que surgiram em cima da cordilheira, quase congelaram meus dedos, foi necessário uma parada em um banheiro e muita água quente para resolver o problema. Por sorte ou azar não pegamos a neve que caiu no dia seguinte pela noite.
    “No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho” (Carlos Drummond de Andrade) Sim, as placas que haviam pela cordilheira não mentiam quando dizia para tomar cuidado, pois havia pedras de deslizamentos, varias curvas nos deparamos com pedras grandes, que mal cabiam na mão, como nossa velocidade era baixa, conseguíamos desviar tranquilamente, o Schmidt atropelou uma pedra que deixou uma assinatura em seu escapamento, mas tudo tranqüilo.
    Na Alfândega, muita papelada. Eles encanam com alimentos perecíveis e artesanais, portanto, se não quiser ter que desfazer suas malas ou alforges, evite-os. O atendimento da policia chilena pelo menos é impecável, muito prestativos e tentaram agilizar nossa saída devido ao tempo. Uma hora e meia lá e depois a descida pela Caracoles. Estávamos no Chile! Já fazia sol e o Schmidt filmou a descida.
    Na chegada a Santiago o Schmidt resolveu seguir a placa para entrar na cidade por Vitacura, demos a volta na cidade inteira, mas valeu pela visão da cidade inteira pela noite, muito bonito e compensou os 10km a mais que andamos.
    Foram 378 km no total, e chegamos à Santiago às 9:30h. Estávamos hospedados no HI – Hostelling International, um albergue muito bom, grande e com muitos viajantes. Saímos para um rango – Lomo a lo Pobre –,uma Kunstmann (cerveja de trigo) no Baires, um bar muito bom na Avenida Brasil, bem perto do albergue, indo à pé. Um táxi para o bairro Providencia, entramos na balada Mito Urbano e depois no bar La Boheme, já bem de madrugada. Dormir mesmo só às 5:30h...
    Esse foi um dia excelente. Atravessar a Cordilheira de ônibus tinha sido emocionante quando fomos em 2007, mas de moto não há o que dizer, você realmente sente que está ali, faz parte daquilo tudo e ao mesmo tempo se sente um ser minúsculo perto da grandiosidade daquele lugar. Apesar da chuva, do frio e de não vermos o Aconcágua, já estava perfeito. As estradas são ótimas, dá para pilotar tranqüilo. Ficar em Santiago e ir para uma balada nova foi para fechar bem o dia!

Por Fabiano Gomes

domingo, 30 de janeiro de 2011

Quarto dia 28/12/2010

  Acordamos no Hotel em Villa Mercedes (tínhamos ficado em um bom hotel, pelo cansaço de procurar outros), tomamos o café da manhã e preparamos as motos e seguimos para a estrada, o caminho hoje seria tranqüilo, iríamos rodar somente 353 km pela ruta 7, era somente uma reta interminável.
  Atravessamos San Luis e seguimos em uma ótima parte da ruta 7, pista dupla, nada de buracos, hoje o vento estava a nosso favor, o que significava que minha trudy conseguia ir a 100 km/h tranqüila, o único problema era os engasgues da moto, ela chegou a morrer duas vezes na estrada, em uma dessas vezes ela morreu em frente a um borracheiro, foi o momento de esticar a corrente (sou novo na moto e não tinha noção o que podia ser), corrente esticada voltei para a estrada, mas os engasgues continuaram, fiz o que podia ser feito, continuei a caminho de Mendoza.
  Após atravessar San Luis, entramos na ruta 15, o que nos levou até laguna del Bebedero, El desierto Blanco, um deserto de sal, que aumentou apenas 30 km na viagem, uma pena que não podíamos ir até o salar mesmo, a parte que temos acesso está sendo usada por uma empresa para retirar o sal, mas mesmo assim, pudemos vislumbrar algo bem diferente do que conhecíamos, vale a pena uma passada por lá, pegamos umas pedrinhas de sal e continuamos rumo a Mendoza.

  Na estrada vimos algo que nos chamou a atenção, três caras em bicicleta, com bandeira do Brasil, os caras estavam atravessando a Argentina, achávamos que viajar com motos de baixa cilindrada era algo razoável, mas quando vimos esses três éramos nada. Após a visão motivadora do que somos capazes de realizar fizemos a ultima parada em um posto, lá havia uma bike chilena (esses caras merecem respeito), depois de um tempo chegou um casal brasileiro com uma Shadow e mais um cara sozinho de Vstrom, ficamos conversando sobre onde eles iam, por onde vieram e nos contamos também o que estávamos fazendo, começamos a desconfiar que todo mundo que era parado pela policia para ajudar no café deles era na estrada argentina que levava a Uruguaiana, pois até o momento a policia não havia parado a gente. Jogamos um pouco de conversa fora com os companheiros de estrada e seguimos para Mendoza.
  Lá pelas 5:30 da tarde, entramos na expressa da cidade, trafego intenso maluco e o recorde de cachorros mortos de toda a viagem, mas o visual era fenomenal (quando se conseguia relaxar um pouco do estresse da expressa), vinícolas, a cidade ao fundo e a cordilheira atrás, não há nada igual.
  Chegamos já na avenida principal da cidade e comecei a procurar lojas de moto, precisava aproveitar o horário e tentar ver se ela ia morrer ou não. Finalmente achamos a Honda, fui lá e me indicaram um mecânico que era conhecido na cidade o nome era Vaselli, perto da rua Balcarce, lá chegando ele olhou o barulho da moto, perguntou o que estava acontecendo e chegou a conclusão que era a vela, trocamos.
  Moto arrumada (ao menos pensava isso), fomos achar um hotel, sabíamos que havia varios albergues na rua Aristedes Villanueva e fomos para lá, conseguimos um albergue aceitável, mas sem estacionamento, por sorte havia um na mesma rua que nos custou 15 reais o dia.
  Com teto, banho tomado, motos guardadas, fomos comer e tomar uma cervejinha no bar do albergue, na seqüência acabamos em outro barzinho que depois virou uma disco, excelente a rua do albergue. Mas não podíamos abusar dia seguinte nos aguardava a cordilheira (claro que não conseguimos nos conter tanto).


sábado, 29 de janeiro de 2011

Terceiro Dia.

    Saímos de Nelson às 9:30h para mais um belo e quente dia de motocada. O dono do hotel nos deu uma dica para não precisarmos passar por dentro de Santa Fé, este caminho nos levou até Frank, uma cidade pequena e acolhedora, onde o tempo parece andar bem devagar, demos uma parada para relaxar.
     No caminho depois de Frank, o Schmidt sofreu um pouco, parava a cada 50 km por dores no ouvido, devido ao seu capacete (importante escolher um bom capacete para uma viagem assim). A intruder também começou a engasgar o que causava preocupação, afinal ela tinha que agüentar o tranco, o vento contra não deixava que a trudy passasse da impressionante velocidade de 80 km/h, devagar, com paradas mas foi.     
      Depois de doze horas de muita reta, chegamos à Villa Mercedes, foram 608 km de muito sol, mas de estradas muito boas também. Tirando o susto de quase atropelar um cão que resolveu atravessar a rua na hora errada, numa das cidades das quais passamos, foi tudo tranquilo. Ficamos num hotel no centro, e saímos para uma merecida Quilmes e uma pizza para nos recompormos um pouco.
    As rodovias argentinas se mostravam de ótima qualidade, não sofremos com buracos ou remendos mal feitos, e o visual também era bem agradável. Mais um belo dia de viagem!
Por Fabiano Gomes. 

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Segundo Dia.




  Acordamos bem cedo, depois de uma noite de sono merecida, afinal haviam sido 17 horas rodando, hoje seria mais light, havíamos planejado somente 760 km para chegarmos até Santa Fé. Arrumamos tudo, paramos em um posto para abastecer (ao fim do relato, colocaremos os gastos com gasolina, tanto para a intruder quanto para a fazer e os hotéis que ficamos valores, etc) e minha coca da manhã sagrada e fomos para a estrada.
  Seguimos pela ruta 150 em direção a Corrientes (por algum motivo seguimos um caminho português e não o que havíamos planejado que seria seguir pela 150, passar a 40 e seguir descendo). Bom, até Corrientes foi rápido, atravessamos uma mega ponte com um visual animal, atravessamos a cidade inteirinha, o que nos tomou um bom tempo e um pouco de estresse. Acho que foi a cidade com a maior quantidade de pessoas que não respeitam motociclistas.
  Paramos para comer em um posto (fato que acabou virando mais que comum na viagem, afinal, comida e gasolina no mesmo lugar, tudo que precisávamos), lá me conectei à internet e abri o Google Maps para verificar a distância que havíamos visto em uma placa que dizia: Santa Fé a 540 km, por tristeza a placa estava correta mesmo, havíamos aumentado um pouco a rodagem do dia, iríamos completar 856 km (eu disse que tinha sido português).
  O estrago já havia sido feito, agora era tentar cumprir o roteiro, pegamos a ruta 11 e seguimos toda a vida, como todas as estradas da Argentina, retas intermináveis com poucas curvas, monótono ao mesmo tempo em que era bonito, mas enjoativo, o que acabava dando sono, levando a diversas paradas para termos segurança na estrada.
  Calor e monotonia, isto descreve bem esse dia, o calor era terrível, e com o equipamento de segurança de moto nós literalmente derretíamos, e a estrada que nos primeiros 150 km era fenomenal acabou virando algo que não fazia o tempo passar, dava para pensar muito na vida, principalmente porque o tráfego estava bem tranqüilo. Um problema para minha intruderzinha eram as enormes distâncias de um posto para o outro, normalmente uns 200 km entre cada um e eu estava me acostumando a colocar a cada 150 km para garantir, já que a intruder não tem tanta autonomia na estrada, dava uns 300 km por tanque em média.
  A noite chegou e ainda estávamos longe de Santa Fé, já cansados, quebrados de passar mais um dia inteiro nas motos e queríamos dormir. Foi quando vimos que chegaríamos muito tarde a Santa Fé, começamos a ver hotéis em cidadezinhas, em uma delas chamada Nelson, a 30 km de Santa Fé, achamos um hotelzinho agradável, paramos e ficamos ali mesmo, era 11 horas e 30 minutos da noite já. Foi tomar banho e dormir para o próximo dia.   

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O mapa da viagem.

Este foi o percurso realizado durante 21 dias em uma intruder 125 e uma fazer 250, somente a parte do uruguay que não consegui colocar no mapa, lá no uruguay rodamos sempre via litoral até o Chui.
A saida foi de Curitiba a caminho de Barracão, depois Posadas, Santa Fé, San Luis, Mendoza, Santiago, Viña del Mar, voltamos para Mendoza, Buenos Aires, Gualeyguachu na Argentina, para atravessarmos a ponte até o Uruguay e sair em Fray Bentos, Colonia del Sacramento, Montevideo, subindo pela costa até o Chui, Porto Alegre, Serra do Rio do Rastro, Curitiba.
Totalizando aproximadamente 8 mil km de estradas, sendo uns 13 km de estrada de terra e algumas em obras com desvios.

Cordilheira do Andes, parte 2.