terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

QUINTO DIA 29/12/2010


Acordamos às 9:50h acompanhados da nossa velha amiga ressaca (Re, para os mais chegados...). Após alguns remedinhos para agüentar a estrada, saímos de Mendoza às 12:20h para a Cordilheira dos Andes e Santiago. Para mais um país!
    Maravilhados com a entrada na pré-Cordilheira, mal sabíamos o que estava por vir: chuva, frio, mãos doendo de frio, a Intruder ia a 40 km/h e a Fazer, a 50, no máximo 60km/h. O Aconcágua ficaria para a volta...
    A estrada é perfeita, a motos agüentaram muito bem, cheia de curvas, principalmente na parte chilena que tem los caracoles, uma seqüência de 28 curvas totalmente fechadas, de cima é possível ver todas as curvas. A subida para a Intruder que funciona com carburação foi sofrido (li que é possível amenizar isso mexendo no glicê, nem sei o que é isso), ia a 40 por hora, para melhorar as coisas a chuva e o frio que surgiram em cima da cordilheira, quase congelaram meus dedos, foi necessário uma parada em um banheiro e muita água quente para resolver o problema. Por sorte ou azar não pegamos a neve que caiu no dia seguinte pela noite.
    “No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho” (Carlos Drummond de Andrade) Sim, as placas que haviam pela cordilheira não mentiam quando dizia para tomar cuidado, pois havia pedras de deslizamentos, varias curvas nos deparamos com pedras grandes, que mal cabiam na mão, como nossa velocidade era baixa, conseguíamos desviar tranquilamente, o Schmidt atropelou uma pedra que deixou uma assinatura em seu escapamento, mas tudo tranqüilo.
    Na Alfândega, muita papelada. Eles encanam com alimentos perecíveis e artesanais, portanto, se não quiser ter que desfazer suas malas ou alforges, evite-os. O atendimento da policia chilena pelo menos é impecável, muito prestativos e tentaram agilizar nossa saída devido ao tempo. Uma hora e meia lá e depois a descida pela Caracoles. Estávamos no Chile! Já fazia sol e o Schmidt filmou a descida.
    Na chegada a Santiago o Schmidt resolveu seguir a placa para entrar na cidade por Vitacura, demos a volta na cidade inteira, mas valeu pela visão da cidade inteira pela noite, muito bonito e compensou os 10km a mais que andamos.
    Foram 378 km no total, e chegamos à Santiago às 9:30h. Estávamos hospedados no HI – Hostelling International, um albergue muito bom, grande e com muitos viajantes. Saímos para um rango – Lomo a lo Pobre –,uma Kunstmann (cerveja de trigo) no Baires, um bar muito bom na Avenida Brasil, bem perto do albergue, indo à pé. Um táxi para o bairro Providencia, entramos na balada Mito Urbano e depois no bar La Boheme, já bem de madrugada. Dormir mesmo só às 5:30h...
    Esse foi um dia excelente. Atravessar a Cordilheira de ônibus tinha sido emocionante quando fomos em 2007, mas de moto não há o que dizer, você realmente sente que está ali, faz parte daquilo tudo e ao mesmo tempo se sente um ser minúsculo perto da grandiosidade daquele lugar. Apesar da chuva, do frio e de não vermos o Aconcágua, já estava perfeito. As estradas são ótimas, dá para pilotar tranqüilo. Ficar em Santiago e ir para uma balada nova foi para fechar bem o dia!

Por Fabiano Gomes